Os coelhos do pequeno rei

Certa manh茫, quando o pequeno rei acordou, todos os seus coelhos de estima莽茫o haviam sumido e ningu茅m, nem mesmo a coruja que passara a noite acordada, sabia o que aconteceu com eles. Eram coelhos brancos com olhos e orelhas cor-de-rosa, e voc锚 pode imaginar como o pequeno rei se sentiu quando soube que eles estavam perdidos.

“Encontrem meus coelhos brancos e darei tudo o que voc锚s me pedirem, mesmo que seja a coroa da minha cabe莽a”, disse ele a todos que vieram v锚-lo; e, 茅 claro, todos sa铆ram ao mesmo tempo para procurar os coelhos.

Os pr铆ncipes e princesas, os duques e duquesas, os condes e condessas, e todas as outras belas damas e cavalheiros da corte do rei foram de carruagem 脿 cidade procurar os coelhos e voltaram todos muito felizes. Eles n茫o encontraram os coelhos, mas compraram alguns coelhos feitos de doces em uma confeitaria e ficaram muito satisfeitos consigo mesmos.

“Estes s茫o t茫o deliciosos e doces – muito mais doces do que coelhos de verdade”, disseram eles, mas o pequeno rei n茫o achava isso.

“Eles s贸 podem ser comidos”, disse ele, e os levou para a despensa.

Os soldados do pequeno rei tinham certeza de que o rei do pa铆s vizinho havia levado os coelhos, ent茫o eles marcharam colina acima para traz锚-los de volta, batendo seus tambores com um bum, bum, bum. Seus uniformes eram vermelhos como a crista de um galo e eles eram corajosos como le玫es, mas tiveram que voltar para casa sem os coelhos brancos. O rei do pa铆s vizinho n茫o havia visto as pontas de suas orelhas.

“Rei, n贸s j谩 sabemos”, disseram os ca莽adores. “As raposas levaram os coelhos para suas tocas, e n贸s iremos traz锚-los de volta ou saberemos o motivo”, e eles correram para a floresta com suas armas. Bang, bang – eles tamb茅m fizeram um grande barulho, mas n茫o adiantou. Os coelhos do rei n茫o foram encontrados.

Todos os criados foram para o parque. “Se os coelhos est茫o em algum lugar, eles est茫o aqui”, disseram, e contaram ao guarda do parque sobre eles.

“Coelhos brancos com olhos e orelhas cor-de-rosa n茫o s茫o permitidos no parque”, disse ele, ent茫o os criados tiveram que ir para casa sem os coelhos, como todo o resto havia feito.

O jardineiro do rei foi para seu jardim 脿s pressas. “N茫o vou ter mais uma folha se quer”, disse para si mesmo. Mas quando ele chegou ao jardim, todas as folhas estavam no lugar. As rosas cor-de-rosa estavam apenas abrindo seus bot玫es ao sol, e as rosas brancas balan莽avam com a brisa, mas nem um sinal dos coelhos brancos com olhos e orelhas cor-de-rosa o jardineiro viu.

A filhinha do jardineiro, Peggy, foi primeiro 脿 coelheira. Ela sabia que os coelhos n茫o estavam l谩, 茅 claro, mas tinha que come莽ar sua busca em algum lugar. Ningu茅m, nem mesmo o pr贸prio pequeno rei, amava os coelhos brancos mais do que Peggy. Ela sabia seus nomes, quantos anos tinham e o que mais gostavam de comer. Todas as manh茫s, assim que tomava seu caf茅 da manh茫, ela subia da casinha onde morava com a m茫e e o pai para trazer alface e folhas de repolho. Ela ficou muito triste ao ver a gaiola vazia, e duas l谩grimas brilhantes brilharam em seus olhos.

Antes que elas tivessem tempo de rolar pelas bochechas, Peggy viu algo que a surpreendeu muito. Era um buraco no canto da cerca constru铆da ao redor da coelheira. Assim que o viu, enxugou os olhos e correu pelo port茫o para a estrada atr谩s do curral. Os coelhos n茫o estavam l谩, mas na poeira que se estendia espessa e branca ao longo da estrada havia muitas pequenas marcas que pareciam pegadas de coelho.

“Ah, ent茫o foi assim que eles sa铆ram”, disse Peggy, e ela seguiu os rastros enquanto podia v锚-los.

Pouco a pouco ela chegou a uma trilha verde e fresca que sa铆a de um lado da estrada. Aquele era o lugar certo para coelhos, pensou Peggy.

“Coelho, coelhinho, coelhinho”, ela chamou enquanto espiava. N茫o havia um coelho ou um rastro de coelho, no entanto, e Peggy estava se afastando quando viu no caminho um monte de trevo verde todo esfarrapado e rasgado, como se – como se –

“Dentes de coelho mordiscaram essas folhas”, exclamou Peggy alegremente, e apressou-se pela trilha esperando ver os coelhos a cada curva. Mas ela n茫o os encontrou, embora tenha olhado atr谩s de cada 谩rvore e em cada canto e esquina de uma ponta a outra da estrada.

Havia duas estradas na outra extremidade da trilha. Uma levou ao longo da colina para o pa铆s vizinho. Havia muitas pegadas nele, mas eram apenas as que os soldados haviam deixado quando marcharam para procurar os coelhos brancos. A outra estrada passava pela floresta onde os ca莽adores se apressaram. A grama crescia sobre ela e flores ca铆am sobre ela, mas n茫o havia uma 煤nica folha mordiscada para mostrar que os coelhos estiveram l谩.

“Que caminho devo seguir?” disse Peggy quando uma brisa soprou. Estava soprando sobre o jardim de algu茅m. Peggy soube disso assim que passou.

“Sinto cheiro de repolho”, ela gritou, e saiu correndo pela floresta e pelas flores, at茅 chegar a um canteiro de repolho de uma velha. E ali, comendo folhas de repolho 脿 vontade, sentavam-se os coelhos do pequeno rei! Peggy correu para casa t茫o r谩pido quanto tinha vindo; e grande foi a alegria no pal谩cio do rei quando ela contou suas novidades.

“Eu lhe darei tudo o que voc锚 pedir, mesmo que seja a coroa da minha cabe莽a”, disse o pequeno rei a ela; e todas as senhoras e senhores finos se aglomeraram para ouvir o que ela diria.

“Uma carruagem e cavalos”, sussurrou um.

“Um saco de ouro”, disse outro.

“Uma casa e um terreno”, exclamou um terceiro, pois todos queriam ajud谩-la a escolher.

Mas Peggy sabia o que queria sem a ajuda de ningu茅m.

“Por favor, majestade”, disse ela, fazendo uma rever锚ncia ao rei, “gostaria de ter um coelho branco para mim.”

E – voc锚 acredita? – o pequeno rei deu a ela dois!


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