Por que o Cordeiro 茅 Submisso?

Era uma vez um cordeirinho que saltitava alegremente pelo pasto. O sol brilhante e a brisa suave o deixavam muito feliz. Ele acabara de fazer uma refei莽茫o farta, o que tamb茅m o deixou contente. Ele era o cordeirinho mais feliz de todo o mundo e achava que era o cordeirinho mais maravilhoso de todos.

Um grande sapo estava sentado no ch茫o e o observava. Depois de um tempo, o sapo disse: “Oh, cordeirinho, como voc锚 est谩 se sentindo hoje?”

O cordeiro respondeu que nunca se sentira melhor em toda a sua vida.

“Mesmo estando t茫o forte, eu posso te puxar para o mar”, disse o sapo.

O cordeirinho riu e riu at茅 rolar no ch茫o.

“Simplesmente segure essa corda e eu vou te mostrar como 茅 f谩cil te puxar para o mar”, disse o sapo.

O cordeirinho segurou a corda. Ent茫o, o sapo disse: “Espere um momento enquanto eu me afasto de voc锚. Eu puxo melhor quando n茫o estou t茫o perto de voc锚.”

O cordeiro esperou, e o sapo pulou at茅 o mar. Ele subiu numa 谩rvore que pendia sobre a margem e, de l谩, pulou nas costas de uma baleia. Prendeu a ponta da corda ao redor da baleia e ent茫o chamou para o cordeirinho: “Tudo pronto. Agora veremos o quanto voc锚 pode puxar.”

Quando a baleia sentiu o cordeiro puxando a corda, nadou para longe da costa. N茫o importava o quanto o cordeiro puxasse ou quanta for莽a usasse, isso n茫o fazia nenhuma diferen莽a. Ele foi arrastado at茅 a beira da 谩gua com muita facilidade.

“Eu desisto”, disse o cordeiro ao alcan莽ar a beira da 谩gua.

Depois disso, embora o sol estivesse t茫o brilhante quanto sempre, qualquer um que observasse aquele cordeiro poderia ver que ele estava um pouco mais submisso.

Um dia, n茫o muito tempo depois, o sol estava novamente muito brilhante e o cordeirinho estava se sentindo alegre. Ele estava t茫o feliz que esqueceu completamente como o sapo o puxara para a 谩gua, at茅 que o sapo falou com ele. Ent茫o ele se lembrou.

“Oh, cordeirinho, como voc锚 est谩 se sentindo hoje?” perguntou o sapo. O cordeirinho respondeu que estava muito bem.

“Vamos correr uma corrida”, disse o sapo, “acho que posso te vencer.”

“Voc锚 pode ser forte o suficiente para me puxar para o mar”, disse o cordeiro, “mas certamente eu corro mais r谩pido que voc锚. Eu te vi pulando pelo meu pasto. Voc锚 n茫o consegue correr r谩pido. No entanto, aceito correr com voc锚 para provar o que estou dizendo.”

O sapo marcou uma meta e pediu ao cordeiro que chamasse a cada intervalo da corrida para que o sapo soubesse o quanto o cordeiro estava 脿 frente. Ent茫o, o sapo e o cordeiro come莽aram a corrida.

O sapo reuniu todos os seus irm茫os, irm茫s, primos, tios e tias antes da corrida e os posicionou em v谩rios pontos ao longo do percurso. Ele havia dito a eles que, sempre que algum deles ouvisse o cordeirinho gritar, “Laculay, laculay, laculay”, o sapo mais pr贸ximo deveria responder: “Gulugubango, bango lay.”

O cordeiro correu e correu o mais r谩pido que podia. Ent茫o, ele se lembrou da promessa e gritou: “Laculay, laculay, laculay.” Esperava ouvir o sapo responder de uma dist芒ncia muito longa, mas ficou surpreso ao ouvir algu茅m perto dele responder: “Gulugubango, bango lay.” Depois disso, ele correu ainda mais r谩pido.

Ap贸s correr mais um pouco, o cordeiro novamente gritou: “Laculay, laculay, laculay.” Novamente, ouviu a resposta de perto: “Gulugubango, bango lay.” Ele correu e correu at茅 seu pequeno cora莽茫o bater t茫o forte que parecia que ia explodir. Finalmente, ele chegou 脿 meta da corrida, que o sapo havia marcado, e l谩 estava o irm茫o do sapo, que se parecia tanto com ele que o cordeirinho n茫o conseguia diferenci谩-los. O cordeirinho voltou para o seu pasto, muito submisso e quieto. Ele reconheceu que fora derrotado na corrida.

Na manh茫 seguinte, o sapo disse a ele: “Embora voc锚 n茫o tenha corrido r谩pido o suficiente para ganhar a corrida, ainda assim 茅 um corredor muito r谩pido. Eu falei com a filha do rei sobre voc锚 e disse a ela que, um dia, ela me ver谩 montado nas suas costas com uma r茅dea na boca, como se voc锚 fosse meu cavalo.”

O cordeirinho ficou muito zangado. “Talvez voc锚 seja forte o suficiente para me puxar para o mar, e talvez consiga me vencer numa corrida”, disse o cordeiro, “mas nunca, jamais, no mundo, eu serei seu cavalo.”

O tempo passou, o sol estava muito brilhante e as brisas suaves e doces. O cordeirinho estava t茫o feliz novamente que esqueceu tudo sobre como o sapo o puxara para o mar e como o sapo o vencera na corrida. Ele sentiu muita pena do sapo quando o viu todo encolhido em uma pilha desolada um dia. “Oh, pobre sapo, voc锚 est谩 doente?” perguntou ele. “N茫o h谩 nada que eu possa fazer para te ajudar?”

O sapo lhe contou como estava muito doente. “H谩 algo que voc锚 poderia fazer para me ajudar”, disse ele, “mas n茫o acredito que voc锚 seja forte o suficiente ou consiga viajar r谩pido o suficiente.”

O cordeirinho deu um suspiro profundo e estufou o peito. “Eu vou te mostrar”, disse ele. “Me diga o que 茅.”

O sapo respondeu que ele havia prometido estar em uma festa naquela tarde na casa da filha do rei e n茫o via como poderia chegar l谩, a menos que algu茅m o carregasse.

“Suba nas minhas costas”, disse o cordeiro. “Eu te carrego.”

O sapo tremeu tanto nas costas do cordeirinho enquanto viajavam que parecia que ele cairia a qualquer momento. Depois de um tempo, ele disse: “N茫o posso aguentar andar assim. Isso me sacode em todos os meus pontos doloridos. Vou ter que descer.” Ele tentou mais um pouco e sacudiu ainda mais. Ent茫o, ele disse: “Sabe, acho que conseguiria suportar melhor esse passeio doloroso se tivesse algo para me segurar. Voc锚 se importaria de eu pegar um peda莽o de grama e coloc谩-lo na sua boca? Assim, eu posso me segurar nisso quando eu me sacudir e meus pontos doloridos n茫o v茫o doer tanto.”

O cordeirinho deixou o sapo colocar um peda莽o de grama em sua boca.

Depois de um tempo, o sapo pediu um pequeno bast茫o. “As moscas e os mosquitos me incomodam terrivelmente”, disse ele. “Se eu tivesse um pequeno bast茫o, poderia agit谩-lo sobre minha cabe莽a e espant谩-los. 脡 muito ruim para algu茅m na minha condi莽茫o fraca e nervosa ser incomodado por moscas e mosquitos.” O cordeirinho deixou o sapo pegar um pequeno bast茫o para agitar sobre sua cabe莽a.

Finalmente, o cordeiro e o sapo se aproximaram do pal谩cio do rei. A filha do rei estava se apoiando na janela esperando por eles. O sapo cravou suas patas nas costas do cordeirinho, puxou a grama na boca do cordeirinho e agitou o pequeno bast茫o sobre sua cabe莽a. “Vai, cavalo”, disse ele, e a filha do rei o ouviu. Ela riu e riu, e quando todos os outros no pal谩cio viram o sapo chegando montado nas costas do cordeirinho, guiando-o como um cavalo, eles tamb茅m riram. O cordeirinho voltou submisso para o seu pasto e, desde aquele dia, quando algu茅m quer falar sobre submiss茫o, diz-se “t茫o submisso quanto um cordeirinho”.


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