Tio Wiggily e Enfermeira Jane Saem de Férias

“Bem, vocês estão todos prontos?” perguntou o tio Wiggily Longorelhas, o senhor coelho, à enfermeira Jane Fuzzy Wuzzy, a senhora musaranho que era a governanta da casa, enquanto ele entrava apressado no bangalô de tronco oco numa tarde. “Você está pronta, enfermeira Jane?”  

“Pronta? Pronta para quê?” ela exclamou, enquanto se sentava de costas na bacia de pratos cheia de bolhas de sabão, de tão animada que estava.  

“Ué, pronta para irmos para o campo, é claro,” respondeu o velho coelho. “Vamos passar alguns dias na floresta, no meio dos campos verdes. Achei que tivesse lhe contado sobre isso. Mas talvez eu tenha esquecido. Porém, não importa. Venha, arrume sua mala e partiremos para o campo no meu balão.”  

“Minha nossa, me dê força, e alguns pirulitos de melaço!” exclamou a enfermeira Jane. “Isso é uma grande surpresa para mim!”  

“É mesmo?” perguntou o tio Wiggily. “Bem, sinto muito por não ter lembrado de lhe contar. Mas não se preocupe. Arrume sua mala e a minha, e partiremos amanhã de manhã.”  

Então começou uma grande agitação no bangalô de tronco oco! A enfermeira Jane tinha tanto a fazer para se preparar que tudo o que o tio Wiggily teve para jantar foram alguns dos anéis ocos do interior das rosquinhas, e alguns buracos de queijo suíço fritos em molho de marshmallow.  

“Mas eu não me importo,” disse o senhor coelho. “Teremos bastante para comer quando chegarmos ao campo, enfermeira Jane.”  

“Espero que sim,” respondeu a senhora musaranho, enquanto enrolava o rabo com pequenos papéis para deixá-lo todo frisado de manhã. 

Assim que o sol se levantou da cama no dia seguinte e lavou o rosto, tio Wiggily e a senhora Fuzzy Wuzzy partiram para o campo no balão feita de um cesto de roupas, com balões de circo coloridos em vermelho, branco e azul que levantavam o cesto para acima do topo das árvores.  

Eles levaram consigo uma mala grande e uma sacola pequena, contendo suas roupas, pois ficariam lá, talvez, por uma semana ou mais. Também levaram suas escovas de dente, já que o tio Wiggily era muito cuidadoso com a higiene bucal.

“Ah, lá está o bangalô onde vamos ficar,” disse o senhor coelho, enquanto sobrevoavam um local encantador em meio à floresta. “Veja lá embaixo, enfermeira Jane.”  

Ele apontou para uma casinha feita de casca de árvore. Era próxima de um pequeno riacho, e ao redor dela cresciam samambaias e flores de sinos azuis.  

“Ah, que lugar lindo!” exclamou a enfermeira Jane. “Tenho certeza de que vou gostar daqui!”  

O balão desceu suavemente como uma pena, e de lá saltaram a senhora musaranho e o tio Wiggily.  

“Agora,” disse o tio Wiggily, enquanto amarrava a balão numa árvore que emitia sons de apito de salgueiro, para que ela não fosse embora brincar com as nuvens, “agora, enfermeira Jane, vou cortar madeira para acender o fogo, e você pode preparar o almoço. Depois faremos um passeio pela floresta.”  

“Muito bem,” disse a senhora musaranho, e enquanto o tio Wiggily roía os gravetos de madeira com seus dentes fortes, a senhora Fuzzy Wuzzy abriu a caixa de comidinhas deliciosas, que haviam trazido na viagem de balão.  

“Acho que vou dar um pulinho pela floresta, enquanto você prepara o almoço,” disse o tio Wiggily, depois de um tempo. “Talvez eu encontre uma aventura.”  

“Muito bem,” respondeu a enfermeira Jane, enquanto colocava um avental feito de lenço de bolso para não espirrar suco de cenoura em sua blusa.  

Bem, o tio Wiggily não tinha ido muito e quando, de repente, ouviu a enfermeira Jane gritar:  

“Socorro! Socorro! Socorro! Ah, tio Wiggily, venha aqui rápido!”  

“Minha nossa, me dê força e um pouco de sorvete de canela!” exclamou o senhor coelho. “A enfermeira Jane deve estar em apuros.”  

Ele deu três pulos e um salto pela floresta, e logo chegou ao bangalô de casca de árvore, próximo ao riacho.  

“O que houve, enfermeira Jane?” ele perguntou, sem fôlego.  

“Ah, ouvi um barulho terrível!” ela disse. “Ouça!”  

Então o tio Wiggily ouviu:  

“Bé! Bé! Bé!”  

“Ha! Ha!” riu o senhor coelho. “Isso é apenas uma ovelha cantando. É comum encontrar muitas delas no campo, enfermeira Jane.”  

“Ah! Apenas uma ovelha,” disse a senhora musaranho. “Achei que talvez fosse um crocodilo. Não tenho medo de ovelhas.”  

Então, ela continuou preparando o almoço, e o tio Wiggily voltou para a floresta, procurando por aventuras, quando, pouco depois, ouviu a enfermeira Jane gritar novamente:  

“Ah, tio Wiggily! Socorro! Socorro! Venha rápido!”  

Com três pulos e mais um pedaço de salto, o velho senhor coelho voltou ao bangalô de casca de árvore.  

“O que houve agora?” ele perguntou.  

“Ouça,” disse a enfermeira Jane, como se fosse uma telefonista.  

Então, o tio Wiggily ouviu um som que fazia:  

“Glugluglu! Glugluglu!”  

“Que criatura terrível será essa?” perguntou a enfermeira Jane, tremendo.  

“Apenas um peru de Ação de Graças,” riu o velho senhor coelho. “Eles são comuns no campo. Não tenha medo.”  

Ele voltou à floresta novamente, mas, pouco depois, a enfermeira Jane gritou mais uma vez.  

“Ah, tio Wiggily! Venha aqui rápido.”  

“Fico me perguntando o que pode ser dessa vez,” pensou o velho senhor coelho, enquanto dava um pulo, um salto e mais um pinguinho de pulo de volta. “O que foi, senhora Fuzzy Wuzzy?” ele perguntou, ao chegar ao bangalô de casca.  

“Oh, não temos leite para o almoço,” ela disse, com tristeza.  

E, antes que o tio Wiggily pudesse responder, ecoou pela floresta um som como:  

“Muu! Muu! Muu!”  

“Ah, que criatura terrível será essa?” perguntou a enfermeira Jane, mexendo seus bigodes. “Tenho certeza de que deve ser um urso.”  

“Ha!” exclamou o tio Wiggily. “Isso não é um urso! É o nosso leite para o almoço. É a vaca. Você encontrará muitas delas no campo. Não precisa ficar tão nervosa, enfermeira Jane.”  

“Vou tentar não ficar,” respondeu ela. “Mas faz tanto tempo que não moro no campo. Onde está a vaca?”  

Então, surgiu uma vaca simpática com leite para o almoço do tio Wiggily, e o coelho e a enfermeira Jane tiveram um momento maravilhoso no bangalô de casca de árvore na floresta. Eles agradeceram à vaca bondosa, e a enfermeira Fuzzy Wuzzy disse que não teria mais medo de sons engraçados. Mas, espere só! 


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