Tio Wiggily e a Piscina de Lágrimas

Resumo

A história de 'Tio Wiggily Longorelhas' descreve uma aventura do gentil coelho cavalheiro enquanto ele explora um caminho desconhecido na floresta. Equipado com seu chapéu de seda e uma bengala de talo de milho, o Tio Wiggily encontra uma fonte de água e descobre um aviso escrito pela famosa Alice do País das Maravilhas. O aviso alerta para não beber da fonte até sua chegada, devido a propriedades mágicas que fazem quem bebe encolher até desaparecer. O Tio Wiggily presencia um urso desobediente que ignora o aviso e diminui de tamanho drasticamente após beber a água. Alice chega a tempo de explicar ao coelho os perigos da piscina, e juntos, eles se afastam para mais aventuras, enquanto o urso desaparece. A narrativa transmite lições sobre cautela e a importância de seguir avisos, especialmente quando se trata de aventuras mágicas.

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Tio Wiggily Longorelhas, o gentil coelho cavalheiro, estava passeando pela floresta em um dia, imaginando que tipo de aventura ele teria, quando viu um pequeno caminho que se afastava do seu bangalô de toco oco, e parecia levar a uma parte da floresta onde ele nunca havia estado antes.  

“Vou seguir por esse caminho e ver aonde ele vai dar”, disse o coelho cavalheiro para si mesmo.  

Então, pegando um pedaço de grama de fita, que crescia perto de um agrupamento de samambaias, ele amarrou firmemente seu alto chapéu de seda na cabeça, deixando suas orelhas saírem pelos buracos no topo. Ele colocou por baixo da pata sua bengala listrada de vermelho, branco e azul, que parecia um poste de barbeiro, feita de talo de milho, que a Enfermeira Jane Fuzzy Wuzzy, a dona de casa musaranho, tinha roído para ele. E lá foi o Tio Wiggily.

Era um agradável dia quente de verão, e antes que o velho coelho cavalheiro tivesse andado muito, começou a sentir sede, assim como você sente quando vai a um piquenique e come picles, embora eu espere que você não coma muitos.  

“Será que há uma fonte de água por aqui?” pensou o Tio Wiggily, e ele começou a olhar ao redor, por baixo dos galhos baixos das árvores e arbustos, ao mesmo tempo escutando o suave murmúrio de um riacho fluindo sobre pedras verdes cobertas de musgo.  

Então o Tio Wiggily cheirou com seu nariz rosa e brilhante até que ele ficou parecendo uma galinha bicando milho.  

“Ah, ha!” exclamou o Tio coelho. “Eu sinto cheiro de água!” Pois, como você sabe, animais e pássaros conseguem sentir o cheiro de água mesmo quando não podem vê-la, o que é um dom mais apurado do que o nosso.  

Então o Tio Wiggily cheirou e cheirou, e então, apontando o nariz rosado e cintilante para a frente, deixou que ele liderasse o caminho, em vez de ficar para trás. Seguiu-o até que o levou diretamente a uma pequena piscina de água que brilhava ao sol, enquanto musgos verdes, samambaias e arbustos cresciam em volta.  

“Oh, que fonte maravilhosa!” exclamou o coelho, “E como estou com sede!”  

O Sr. Longorelhas (como o chamo de início ao apresentá-lo a estranhos) estava prestes a tomar um o gole da piscina, ou da fonte, quando ele notou um pequeno pedaço de casca de bétula amarrado com um fio de grama a uma samambaia que crescia perto da água.  

“Ha! Eu me pergunto se isso é um aviso para não invadir, ou para não pescar nem caçar, ou para manter-se fora da grama, ou só entrar em caso de negócios ou algo assim?” pensou o Tio Wiggily, enquanto colocava os óculos para ver se havia alguma escrita na casca de bétula, que os animais usam como nós usamos papel. E havia algo escrito na casca. Dizia:  

“Por favor, não pule dentro, nem beba, até que eu chegue. Alice do País das Maravilhas.”

“Ha! Isso é estranho”, pensou o Tio Wiggily. “Alice deve ter estado aqui e colocado esse aviso. Mas por que será que ela fez isso? Se ela soubesse o quanto estou quente e com sede, não me faria esperar até que ela chegasse para beber. Talvez seja tudo uma brincadeira e nem mesmo seja a escrita dela. Um dos crocodilos ruins ou a raposa peluda pode ter colocado o aviso para me enganar.”  

Mas quando o coelho cavalheiro deu uma segunda olhada no aviso na casca, viu que realmente era a escrita de Alice.  

“Bem, ela deve ter algum motivo para isso”, disse o coelho, com um suspiro. “Ela sonhou certo sobre dois garotos gordinhos – Tweedledum e Tweedledee – que me salvaram dos crocodilos, então deve haver uma razão para me pedir para esperar. Mas eu estou com muita sede.”  

O Tio Wiggily sentou-se na margem verde, coberta de musgo, ao lado da fonte de água e olhou para ela. Ela parecia tão fresca e molhada, e ele estava tão sedento, que foi um desafio segurar o impulso de pular e tomar banho, bem como beber tudo o que quisesse.  

O sol ficou mais quente e mais quente, o coelho mais e mais sedento, e ele não sabia o que fazer, quando, de repente, surgiu dos arbustos um velho e mau urso preto.  

“Ah, ha!” rosnou o urso. “Cheguei bem na hora, pelo que vejo!” e ele passou a língua vermelha sobre os dentes brancos como se estivesse colocando-a num passeio de carrinho de bebê.  

“Em tempo para quê?” perguntou casualmente o Tio Wiggily, fingindo indiferença.  

“Em tempo para o almoço”, respondeu o urso. “Eu estava com medo de estar atrasado. Espero não ter feito você esperar.”  

“Para o meu almoço?” perguntou o Tio Wiggily.  

“Não. Para o MEU!” e mais uma vez o urso lambia os lábios com fome. “Cheguei bem na hora, pelo que vejo.”  

“Ah, eu pensei que você quisesse dizer que chegou a tempo de tomar um gole desta água”, disse o coelho, apontando para a piscina. “Se for isso, você não chegou.”  

“Como assim, se for isso?” perguntou o urso.  

“Quero dizer que não podemos beber até Alice chegar, o aviso diz isso”, explicou côrtes o Tio Wiggily.

“Pooh! Eu não acredito em avisos”, resmungou o urso. “Estou com sede e vou beber”, e com isso deu um grande gole na piscina da floresta. E então uma coisa engraçada aconteceu.  

O urso começou a encolher. Primeiro ficou do tamanho de um cachorro, depois de um gato, depois de um gatinho, e depois encolheu ao ponto de parecer um rato. Passou pelo tamanho de um besouro de junho, depois de julho. Finalmente, tornou-se tão pequeno quanto uma formiga preta, até virar um micróbio que o Tio Wiggily não conseguia mais ver.  

“Bem, graças a Deus ele se foi!” exclamou o coelho. “Mas o que o fez encolher assim?”  

“Foi a piscina de lágrimas”, disse uma voz atrás do coelho, e lá estava Alice do País das Maravilhas. “Essa piscina é água de alume azedo, Tio Wiggily”, disse ela, “e se você bebê-la, encolherá, murchará e desaparecerá. Foi por isso que coloquei o aviso, para que nada acontecesse com você. Eu sabia sobre a piscina, porque ela está no meu livro de histórias. E agora podemos ir ter outras aventuras engraçadas.”  

E lá foram eles colina acima e colina abaixo, e o urso nunca mais foi visto novamente.